RELAÇÃO ENTRE O PROCESSO DE MICROTRAUMA MUSCULAR E A ATIVIDADE ELETROMIOGRÁFICA DE SUPERFÍCIE
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Resumo
A eletromiografia de superfície (SEMG) é um exame diagnóstico que possibilita interpretar a velocidade de
condução do potencial de ação da unidade motora da fibra muscular esquelética. Ao executar um exercício
onde a estrutura do sarcômero não suporta a tensão mecânica, gera-se microtrauma muscular e, fadiga
muscular (FM). O objetivo do estudo é avaliar o sinal mioelétrico em condições de sobrecarga mecânica
correlacionando a freqüência mediana (FMD) com o nível sérico de creatina kinase (CK). A investigação
obteve amostra de 9 voluntários do gênero masculino totalizando três dias consecutivos (D1 [Pré-Exercício e
Pós-Exercício] / D2 / D3) com 24 h de repouso entre eles. Em D1 os sujeitos foram submetidos ao teste de
carga máxima (1 RM), ao exercício extenuante e a coletas basais de CK e do sinal EMG. Em D2 e D3
realizou-se coletas de CK e do sinal EMG. O estudo caracterizou-se como ensaio clínico de corte transversal
onde as variáveis de análise foram CK e FMD do sinal mioelétrico. No tratamento estatístico foi usado o
Teste t (P < 0,05) e coeficiente paramétrico de correlação (R). Foi analisado a FMD do sinal mioelétrico dos
músculos bíceps femural, reto femural e vastos medial e lateral do MMII dominante nos três dias de trabalho
com objetivo de quantificar o nível de FM. Em D3 (48 h pós- exercício) constatou-se uma diminuição
significativa da FMD em relação a D1 pré e pós-exercício no músculo reto femural. Coletou-se níveis séricos
de CK com objetivo de mensurar indiretamente o microtrauma muscular. Realizou-se análise sanguínea em
D1 (pré e pós-exercício), D2 e D3 com intervalo de 24 h. Observou-se um aumento significativo na
concentração sérica de CK em D1 (pós-exercício), D2 (24 h pós-exercício) e D3 (48h pós-exercício). O
cálculo estatístico através do Teste T Bicaudal demonstrou relevância ao comparar os níveis séricos de CK
24h pós-exercício e 48 h pós-exercício com a coleta basal (P < 0,05). Ao realizar a correlação entre as
variáveis, constatou-se um decréscimo da FMD em função do Δ sérico de CK. A análise estatística se
fundamentou na variação (Δ final - Δ inicial) sérica de CK onde foi descartado o valor bruto. O coeficiente
paramétrico de correlação (R) encontrado foi de 0,8. Diante dos resultados obtidos, conclui-se que existe
uma forte correlação entre o processo de microtrauma muscular e o sinal mioelétrico. Dessa maneira,
acredita-se que é possível quantificar as microlesões musculares de forma indireta fazendo uso da SEMG e
se faz necessário realizar estudos mais detalhados para tentar elucidar o processo de FM e suas interações
periféricas neuromecânicas.
Palavras – Chave: Eletromiografia de Superfície; Microtrauma Muscular; Creatina Kinase; Fadiga
Muscular.