EROS E PSIQUÉ: O MITO SOB UM OLHAR EXISTENCIAL E HUMANISTA
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Resumo
Neste trabalho, procurou-se identificar como o mito de Eros e Psiqué pode ser visto como uma
metáfora do rito de passagem a que pessoas que ficaram cegas, podem estar sujeitas. Psiqué era
uma linda jovem grega, tão linda que provocou a ira de Afrodite. Para punir Psiqué, uma mortal
tão bela quanto ela, Afrodite determina que seu filho Eros faça com que Psiqué se apaixone por
uma peçonhenta serpente. Ao encontrar Psiqué,Eros se fere de amor e a leva para seu palácio de
sonhos. Apenas uma lei deve ser cumprida: Psiqué não pode ver Eros. Eles se amam, mas sem
que haja luz. Psiqué desobedece e, com uma lâmpada, ilumina o rosto de Eros que, percebendo a
traição, vai-se embora. Para recuperar seu amor, Psiqué precisa se submeter a quatro provas que
Afrodite lhe propõe. A mais difícil dentre as provas é a que faz Psiqué ir ao Hades e buscar um
pouco de beleza imortal de Percéfone dentro de uma caixinha, sem abrí-la. Pessoas com privação
visual precisam ressignificar as vivências que se seguiram à perda sensorial. A teoria existencial
pode contribuir para apontar as ricas possibilidades de reencontro de sentidos ou a criação de
novos significados para a existência a partir de diferentes modalidades sensoriais. Desse modo,
esse ensaio busca compreender a mitologia como manancial de significados para as infindáveis
possibilidades vivenciais humanas.
Palavras-chave: Eros, Psiqué, Cegueira, Sentido.