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Resumo
instrumentalizando-a, na crença de que tudo se submete à sua razão utilitarista e a seus fins (LEFF, 2006). Este contexto do Homem no processo de degradação ambiental está inserido no modo de vida moderno. A modernidade carrega em si um projeto que delineou a concepção de homem, de sociedade, de Estado e de racionalidade que se constituiu desde antes do capitalismo, dentre os séculos XVI e XVIII, mas que realmente se desenvolveu com o advento deste como modo de produção dominante nos países europeus (GUEDES, 2013). Segundo Arendt (ARENDT, 2007), a visão da racionalidade moderna e de mundo
mecanicista fundamentado nos parâmetros da ciência cartesiana newtoniana, do individualismo, do modo de produção capitalista, bem como na questão do liberalismo e do mercado fortalecido pelo papel do Estado contribui para a definição do Paradigma da Modernidade focado em um dos pilares da Crise Ambiental. A Era Moderna observa a natureza como algo estático, vasto, eterno, apenas como um palco para a atuação
humana, como se não houvesse nenhum liame entre a atuação deste e a situação da natureza, tampouco se o Estado e as condições desta não interferissem na vida daquele, vendo todas as coisas dadas como matériaprima e toda a natureza como um imenso tecido do qual pode-se cortar e tornar a coser novamente. Desta forma, Furtado (FURTADO, 1996) explica que o quadro atual da Crise Ambiental não pode ser visto apenas
pelo âmbito das ciências naturais, muito pelo contrário, esta passa por uma contribuição das práticas econômicas e sociais degeneradoras do ambiente e da qualidade de vida humana. O Desenvolvimento
Sustentável fundamenta-se, segundo uma visão teórica, em duas principais correntes, a saber: A Economia Ambiental (Neoclássica) e a Economia Ecológica. Para a economia ambiental neoclássica, segundo Maurício Amazonas (AMAZONAS, 2002), o desenvolvimento sustentável está associado ao uso de recursos ambientais de forma coerente e que tais recursos tenham fins de perpetuação da espécie humana. Logo a
economia neoclássica, defende o uso de recursos de maneira coerente e ética como sustentável, ou seja, na visão neoclássica seria o uso ótimo destes recursos a partir da racionalidade e de sua maximização. A
economia neoclássica faz essa análise a partir de duas abordagens, a economia da poluição e a economia dos recursos naturais. A Economia Ecológica surge sob a influência e pressões de ambientalistas, nas décadas de sessenta e setenta, que incorporam a questão ambiental e o desenvolvimento sustentável no funcionamento do sistema econômico. A economia ecológica considera elementos físicos e biológicos no sistema
econômico, que por sua vez tentam ser descaracterizados pela economia neoclássica. Sua visão diferenciada da economia neoclássica, fez com que a economia ecológica considerasse não o sistema circular e
autossustentado, mas sim o processo econômico unidirecional, entrando energia e matéria de baixa entropia e saindo bens, rejeitos e matéria (dejetos) de alta entropia sem valor. (SOUZA-LIMA, 2004), (AMAZONAS,
2002). Portanto, o objetivo principal é mostrar como o desafio da sustentabilidade não pode ser enfrentado a partir de uma perspectiva teórica que desconsidera as dimensões culturais e éticas nos processos de tomada de decisão. A metodologia utilizada classifica-se, segundo Gil (GIL, 1991), como exploratória, descritiva e qualitativa, por sua vez vale ressaltar que o objetivo maior está na compreensão dos fatos e não na sua mensuração. Desta forma, a partir do instrumento jurídico, o Princípio de Precaução, buscou-se mostrar uma proposta metodológica de classificação e hierarquização dos problemas ambientais segundo os níveis de incerteza sistêmica e de risco de perdas irreversíveis, em processos de tomada de decisão. Palavras Chave: Sustentabilidade, Economia, Meio-ambiente.
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