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Resumo
A presente pesquisa tem a perspectiva de contribuir para concepções de novos horizontes pessoais e sociais no que diz respeito ao racismo ainda existente em nossa sociedade. O trabalho tem como objetivo analisar as percepções fenomenológicas da juventude negra de Campos dos Goytacazes-RJ sobre a sua autoimagem e autoestima. Para alcançar tais finalidades, a metodologia utilizada é a pesquisa de campo e a técnica é quantitativa. Como objeto de estudo, tem-se o jovem afrodescendente, bem como a percepção que o negro tem sobre si, o seu olhar interior através do discurso social e a influência do atravessamento histórico-social na sua autoimagem. Alguns resultados revelam que a discriminação contribui diretamente para o aumento da segregação social; torna difícil o enfrentamento de realidades; evita questionamentos; e afasta tentativas de inclusão social. Os estigmas normalmente são reunidos, conforme essa linha teórica: as deformidades físicas; as culpas de caráter individual; e os estigmas tribais de raça, nação e religião. As pessoas ditas como normais tendem a se agrupar e a estabelecer padrões de comportamentos que serão impostos ao coletivo, que acabam aceitando e tornando esses padrões como normas de convivência. Aos que não se enquadrarem dentro dos padrões, serão estigmatizados. Acredita-se que o convívio obrigatório das pessoas estigmatizadas com as ditas “normais”, podem levar a baixa estima e por vezes assumir e concordar com a condição de inferior, levando a depressão ou a outros estados patológicos. Também está sendo observado que o preconceito é passado de geração em geração, sendo uma construção social. Conclui-se que por meio do preconceito, da discriminação pré estabelecida no Brasil, sobretudo no município de Campos dos Goytacazes/RJ, há uma forte influência na autoestima e autoimagem dos negros, gerado também pela não identificação e representação na sociedade, pelo branqueamento, mas especialmente pelo sentimento de inferioridade.
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