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Resumo
A presente pesquisa sobre as percepções étnico-raciais da juventude negra de Campos dos Goytacazes, tem a perspectiva de contribuir para concepções de novos horizontes pessoais e sociais no que diz respeito ao racismo velado ou explícito ainda existente em nossa sociedade. O trabalho tem como objetivo geral analisar as percepções fenomenológica da juventude negra de Campos dos Goytacazes-RJ sobre a sua autoimagem e autoestima. Para alcançar tais finalidades, a metodologia utilizada é a pesquisa de campo, utilizando a técnica qualitativa e quantitativa. A pesquisa tem o compromisso de dar voz à juventude negra de Campos dos Goytacazes, discutir tabus, perceber a existência de preconceitos velados, possibilitando uma abertura para o diálogo dentro do contexto social e acadêmico sobre questões étnico-raciais. Os primeiros resultados da pesquisa nos revelam que a discriminação contribui diretamente para o aumento da segregação social; torna difícil o enfrentamento de realidades; evita questionamentos; e afasta, muitas vezes, de forma sutil tentativas de inclusão social. Os estigmas normalmente são reunidos em três grandes grupos, conforme essa linha teórica: as deformidades físicas; as culpas de caráter individual (desonestidade, entre outros); e os estigmas tribais de raça, nação, religião, por exemplo. As pessoas ditas como normais, tendem a se agrupar e a estabelecer padrões de comportamentos que serão impostos ao coletivo, que acabam aceitando e tornando esses padrões como normas de convivência dentro daquele grupo. Aos que não se enquadrarem dentro dos padrões estabelecidos pelo grupo serão estigmatizados. Destarte acredita-se que o convívio obrigatório das pessoas estigmatizadas com as ditas “normais”, principalmente quando o grupo a que pertencem não podem excluí-lo, podem levar a baixa estima e por vezes a assumir e concordar com a condição de inferior, levando a depressão ou a outros estados patológicos. Também está sendo observado que o preconceito é passado de geração em geração, sendo uma construção social. Por isso, se ele é construído também pode ser desconstruído.
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