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Resumo
Até bem pouco tempo, a assistência ao portador de doença mental concentrava-se em hospitais psiquiátricos, locais restritos à internação e à medicalização dos sintomas demonstrados pelo paciente. Atualmente, a assistência preconiza a diminuição de leitos hospitalares e a criação de serviços substitutivos de atenção à saúde mental, deslocando assim o foco para as dinâmicas familiares, mobilizando a inclusão dos portadores de transtorno mental (COLVERO, IDE & ROLIM, 2004). A Reforma Psiquiátrica veio trazendo como principal objetivo a mudança da psiquiatria clássica, questionando o modelo antimanicomial, propondo novos dispositivos de atendimento e tratamento, acabando com o modelo asilar, trazendo mudanças, respeito às diferenças dos indivíduos e familiares, instaurando um Modelo Psicossocial de Cuidado (AIRES, et al.,2010). Após o processo da desinstitucionalização psiquiátrica priorizando os serviços comunitários de saúde mental e períodos mais curtos de hospitalização, as famílias têm participado cada vez mais como as principais provedoras de cuidados e apoio aos pacientes, recebendo a valorização do importante papel por elas exercido. (BANDEIRA & BARROSO, 2005). O sofrimento mental no ambiente familiar provoca mudanças na rotina da família. Após o diagnóstico, a necessidade de adaptação à nova situação, o estigma social, a dependência e as implicações do quadro clínico podem produzir sobrecarga, conflitos, perda do controle, assim como outros sentimentos, visto que a família vivencia uma situação de desgaste. O convívio com o transtorno mental gera sobrecarga caracterizada por dificuldades no relacionamento com o familiar, estresse por conviverem com o humor instável e a dependência do portador de sofrimento psíquico, assim como o medo das recaídas e do comportamento deste no período das crises (BORBA, SCHWARTZ & KANTORSKI, 2008). As famílias necessitam de apoio, e é neste momento, que os profissionais de saúde, em especial os da enfermagem, devem estar próximos a elas, tendo como finalidade dividir maneiras de enfrentar os problemas e construir uma convivência saudável, e principalmente, necessitam estar preparados para informar a família e favorecer as transformações na sua forma de lidar com o doente, mediante a educação em saúde (BRISCHILIARI & WAIDMAN, 2011). Os objetivos do trabalho são: compreender o significado da doença mental para a família de usuários portadores de transtornos mentais, identificar os recursos utilizados por familiares diante da doença mental e discutir o binômio família-paciente na perspectiva do adoecimento mental. Constitui-se em uma pesquisa de natureza qualitativa, descritiva e exploratória em um hospital psiquiátrico, do município de Campos dos Goytacazes, estado do Rio de Janeiro. Será composta por 20 familiares de pacientes usuários do serviço de saúde mental e psiquiatria em internação hospitalar, de ambos os sexos, maiores de 18 anos, que estiverem presentes no momento da visita familiar e que considerem possuir vínculos com os usuários e aceitarem participar da pesquisa. Será realizada uma entrevista não-estruturada, a qual possibilita o informante falar livremente sobre o assunto. Serão gravadas, transcritas de forma literal para análise tendo como questão norteadora: Como é para você conviver com o doente mental? Espera-se após o estudo compreender como é a vida cotidiana do familiar de portadores de transtorno mental, sua convivência com a doença e/ou doente mental e assim poder identificar as dificuldades a respeito do fenômeno saúde-doença mental, para que juntamente com o enfermeiro possa conseguir uma orientação melhor a fim de entender e aprimorar os cuidados necessários com o mesmo.
Palavras-chaves: Saúde Mental, Enfermagem, Família.
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