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Resumo

A COVID-19 pode desencadear complicações em diversos sistemas orgânicos, incluindo danos ao sistema nervoso. Nesse contexto, embora a incontinência urinária seja multifatorial, acredita-se que a desmielinização e/ou inflamação do nervo pudendo, ocasionada pelo SARS-CoV-2, possa desencadear quadros de incontinência, trazendo impactos negativos ao bem-estar físico, econômico, social e psicológico das mulheres. Diante disso, o objetivo deste estudo foi verificar a prevalência da incontinência urinária em mulheres que foram infectadas pela COVID-19 e seu impacto sobre a qualidade de vida. Trata-se de um estudo transversal, com abordagem quantitativa, cuja coleta de dados foi realizada no período entre janeiro a novembro de 2022. O convite para a participação foi realizado por meio de publicações nas redes sociais e via e-mail. Foram incluídas 177 mulheres, com idade entre 18 e 40 anos, infectadas pela COVID-19, que responderam a um questionário digital, autoaplicável por meio do Google Forms sobre características sociodemográficas, de saúde e qualidade de vida. As participantes tinham média de idade de 29,38 ±5,74 anos. A prevalência de perda urinária pós-COVID-19 foi de 27,12% (n=48), porém apenas 35 participantes preencheram o questionário sobre a qualidade de vida, onde foi possível observar um impacto muito grave na qualidade de vida diária.

Palavras-chave

COVID-19 Incontinência urinária Qualidade de vida

Detalhes do artigo

Biografia do Autor

Andréia Ferreira do Nascimento, Graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitário de Barra Mansa - UBM, Barra Mansa (RJ), Brasil

Graduada em Fisioterapia pelo Centro Universitário de Barra Mansa - UBM, Barra Mansa (RJ), Brasil

Jose Henrique de Lacerda Furtado, Doutorando em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro - RJ. Técnico Administrativo em Educação/Enfermagem no Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Pinheiral - RJ

Doutorando em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), Rio de Janeiro - RJ. Técnico Administrativo em Educação/Enfermagem no Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Pinheiral - RJ

Caio Ramon Queiroz, Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, Centro Universitário de Volta Redonda - UNIFOA, Volta Redonda (RJ), Brasil.

Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ensino em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, Centro Universitário de Volta Redonda - UNIFOA, Volta Redonda (RJ), Brasil.

Priscila de Oliveira Januário, Doutoranda em Ciências da Reabilitação, no Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação, Faculdade de Medicina de São Paulo, Universidade de São Paulo - USP, São Paulo (SP), Brasil.

Doutoranda em Ciências da Reabilitação, no Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação, Faculdade de Medicina de São Paulo, Universidade de São Paulo - USP, São Paulo (SP), Brasil.

Ariela Torres Cruz, Doutoranda em Ciências da Reabilitação, no Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação, Faculdade de Medicina de São Paulo, Universidade de São Paulo - USP, São Paulo (SP), Brasil.

Doutoranda em Ciências da Reabilitação, no Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação, Faculdade de Medicina de São Paulo, Universidade de São Paulo - USP, São Paulo-SP.

Como Citar
Nascimento, A. F. do, Furtado, J. H. de L., Ramon Queiroz, C. ., de Oliveira Januário, P., & Cruz, A. T. (2024). COVID-19 e a incontinência urinária em mulheres : Existe relação entre essas condições?. Biológicas ∓ aúde, 13(46), 14–31. https://doi.org/10.25242/8868134620232790

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