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Resumo
Apesar da emancipação da mulher brasileira, ela permanece sobre a ótica cerrada dos homens e da
sociedade. Desse modo, ser mulher e portadora de um transtorno mental acarretaria frequentemente atitudes
negativas. Assim, resolveu-se realizar um estudo descritivo, com uma análise quantitativa de dados. O
objetivo foi identificar junto às mulheres portadoras de transtornos mentais evidências de estigma social. Foi
realizado em uma instituição de ensino superior no interior paulista e todos os preceitos éticos da resolução
196/96 foram acatados. A amostra foi de 100 mulheres de 17 a 61 anos e destas, 38 sofreram de algum
transtorno mental. O diagnóstico do transtorno em 23 mulheres foi realizado por médicos clínicos e apenas 5
por psiquiatras, com uma prevalência maior 56%, de transtornos ansiosos. Em relação ao preconceito, 89%
afirmaram que existe, enquanto apenas 11% negaram. Sobre as alterações comportamentais decorrentes da
doença, 40% confirmaram ter ocasionalmente algumas, enquanto 27% apresentaram alterações
frequentemente. Quanto ao tratamento medicamentoso somente 18% usaram e apenas 3% participam de
algum grupo de saúde da mulher na rede básica. Portanto, 85%, acreditam que ter um transtorno mental é
relevante para que a mulher não seja respeitada. Concluiu-se que a baixa adesão das mulheres nestes
programas pode ser devido à incompreensão quanto à doença mental e a imagem estigmatizada. No entanto,
mais preocupante ainda são os diagnósticos feitos por clínicos ao invés de médicos psiquiatras culminando
em dosagens de psicotrópicos e tratamentos ineficazes.
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